sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ser Pré-Histórico???

Ser pré-histórico???

Bicho que já andava na Terra muito antes dos dinossauros hoje corre risco de desaparecer para sempre

Parece uma minhoca, mas tem pernas. Parece uma centopeia, mas seu corpo não é duro. Além disso, suas pernas e antenas são carnosas, e não articuladas. Que bicho é esse? É o perípato, um animal bem diferente de tudo que você já viu.

Sua pele parece de veludo, arroxeada nas costas e mais clara, quase lilás, na barriga. Ele é mesmo muito estranho, mas não é fácil encontrá-lo, pois vive no chão da floresta, embaixo das folhas que caem das árvores. Os locais úmidos e sombreados são os seus preferidos. Andando por entre as folhas e troncos caídos, ele encontra seu alimento: pequenos insetos e aranhas.

Procura-se!
Nome científico: Macroperipatus acacioi.
Nome popular: perípato.
Tamanho: cerca de 6 centímetros
Local onde é encontrado: em Ouro Preto, Minas Gerais.
Hábitat: pequenas áreas montanhosas.
Motivo da busca: animal ameaçado de extinção!

Mas não se engane com a aparência frágil do perípato! Ele é carnívoro e um grande predador. Quando encontra um pequeno inseto, ele lança um jato, que sai de dois buracos que tem na cabeça, logo abaixo das antenas, com uma substância grudenta, um tipo de muco, que lembra uma gelatina. Essa secreção endurece rapidamente, logo que é ejetada, e a vítima caba ficando toda grudada, sem conseguir se mexer. Neste momento, o perípato come sua presa aos pouquinhos, junto com a gelatina que ele recicla para usar mais tarde em outra refeição.

É difícil encontrar os perípatos. Além de esconderem-se no meio das folhas, vivem em poucas regiões do Brasil. Eles possuem características de centopéias e de minhocas. Por isso, durante muito tempo, os biólogos pensaram que os perípatos eram o “elo perdido”, o ponto que faltava para completar a história da evolução de dois grandes grupos de animais: os artrópodes (como centopeias, aranhas e mosquitos) e os anelídeos (como as minhocas e sanguessugas). Segundo essa ideia, seres, como as minhocas, teriam dado origem aos perípatos, que teriam dado origem às centopeias, que teriam dado origem a todos os artrópodes.

Quando os cientistas brasileiros perceberam que uma espécie tão importante para entender a evolução vivia em Ouro Preto, fizeram um grande alvoroço para que ela fosse preservada. Na época, os governantes pretendiam construir fábricas nessa área. A pressão dos cientistas fez com que mudassem de idéia e, com isso, foi criada a Estação Ecológica do Tripuí, nome do rio que passa na região.

Hoje em dia, o perípato não é considerado mais um “elo perdido” e a evolução das minhocas, centopeias e outros seres não parece ter sido tão simples. No entanto, sua importância para entender a evolução não diminuiu. Existem fósseis parecidos com os perípatos que datam de 500 milhões de anos, mostrando que esses bichos já andavam pela Terra muito antes dos dinossauros, que só surgiram há 200 milhões de anos.

Com o tempo, percebeu-se que essa decisão de preservar o lar do perípato estava certa, pois outros animais também foram protegidos, como o macaco-sauá, o pavãozinho-do-mato e o lobo-guará. Mas, apesar de ter sido declarada como protegida, essa área ainda sofre desmatamento, colocando em risco de extinção um animal com tanta história.
Por: CHC 214

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